Muitas
Cópias Mantém as Coisas à Salvo. A tradução para o Português da sigla
LOCKSS, projeto baseado na Universidade de Stanford (EUA), explica quase
brincando como pesquisadores vem lidando com uma questão ainda nova: a
preservação da produção científica e cultural mundial, cada vez menos
analógica e mais digital. Em janeiro, o Brasil passou a fazer parte da
Aliança Internacional LOCKSS através de uma parceria com o Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), financiada
pela Agência Nacional de Inovação (Finep). Dois pesquisadores do
projeto, Miguel Ángel Mardero Arellano e Rafael Cobbe Dias, estarão na
FURB nesta sexta-feira (30/8) para o Seminário de Estudos da Informação e
Conhecimento: Preservação Digital. O evento gratuito acontece no
Auditório do Bloco J (Câmpus 1), das 13h às 18h.
Se
você possui muitos arquivos únicos no seu computador pessoal – como
fotografias, músicas raras, documentos e textos –, já deveria saber que
cópias de segurança (os backups) são garantia de que um incêndio, um
roubo ou uma prosaica falha no seu HD não apaguem para sempre essas
memórias. E, mesmo assim, pode ser tão complicado administrar todos
esses gigabytes que muitos acabam apostando na sorte. Outros, no
entanto, chegam a guardar cópias extras em locais diferentes. Imagine
agora o volume de informação digital com o qual grandes bibliotecas e
instituições vêm lidando nos últimos anos.
Só digital
Na
Biblioteca Universitária (BU) da FURB, por exemplo, desde 2006 todos os
trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de
doutorado apresentados por acadêmicos da instituição são catalogados
apenas digitalmente, em PDFs que podem ser acessados online, de qualquer
computador conectado à Internet. “E temos o projeto de digitalizar os
trabalhos que estão disponíveis atualmente somente em formato impresso.
Esses estão até mais vulneráveis, pois são cópias únicas, enquanto os
arquivos digitais têm cópias de segurança administradas pela Divisão de
Tecnologia da Informação da FURB”, explica o diretor da BU, Darlan
Jevaer Schmitt. As revistas de divulgação científica da FURB também não
são mais impressas há algiuns anos, assim como acontece na maioria das
universidades do mundo, atualmente – estão disponíveis em um portal, com
acesso gratuito.
Para ajudar essas instituições a
garantir a segurança de tanta informação relevante – e o seu livre
acesso – é que surgiu a
Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital, a Cariniana. Segundo Arellano, que coordena o projeto, o
objetivo principal é disponibilizar serviços de preservação digital de
recursos exclusivamente eletrônicos. Segundo informações do site do
Ibict, nos próximos anos a Rede Cariniana vai disponibilizar serviços de
preservação digital para a comunidade que lida com informação
científica e tecnológica, passando também a preservar digitalmente
acervos patrimoniais de bibliotecas, arquivos e centros de memória
institucionais no Brasil.
Além da Stanford
University, participam do projeto LOCKSS a Universidade de Harvard, o
Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), a Biblioteca do
Congresso dos Estados Unidos e outras instituições. No Brasil, já fazem
parte da iniciativa USP, Unicamp, UFPB, UEMA e UFSM.
Fonte: material extraido do BIBNews
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