O
texto abaixo publicado no site Inovação Tecnológica no dia 04/09 apresenta uma aplicação a partir
da implantação dos ensinamentos de Ranganathan sobre a classificação facetada.
Esta classificação e suas múltiplas possibilidades de relacionamentos presentes
nos conceitos de um domínio específico podem
ser identificados a partir dos diversos agrupamentos e que possibilitava
otimizar os sistemas de organização e
recuperação da informação. Veja abaixo mais informações sobre o projeto LivingKnowledge.
Informações contextualizadas Inspirados
pelas ideias propostas por um bibliotecário indiano há quase um século, uma
equipe europeia desenvolveu um novo sistema de buscas para a internet que leva
em conta fatores como opinião, contexto, tempo e localização. A
nova tecnologia, que promete chegar ao mercado rapidamente, consegue mostrar
tendências na opinião pública sobre um determinado assunto, companhia ou pessoa,
e como essa tendência muda com o tempo. A
equipe do projeto LivingKnowledge (conhecimento vivo, em tradução livre)
acredita que seus algoritmos permitirão até mesmo fazer previsões sobre o
futuro. "Faça
uma busca pela palavra 'clima' no Google, ou em outro motor de busca qualquer, e
o que você receberá de volta será basicamente uma lista de resultados que
caracterizam a palavra: não há categorização, nenhuma ordem específica, nenhum
contexto.
"Os
motores de busca atuais não levam em conta as dimensões da diversidade: fatores
como quando a informação foi publicada, se há uma tendência de favorecer uma ou
outra opinião, quem publicou e quando," explica Fausto Giunchiglia, professor de
ciência da computação na Universidade de Trento, na Itália.
Google da diversidade
Mas
será que a tecnologia de buscas na internet poderá ser capaz de abarcar a
diversidade? Poderá um mecanismo de buscas dizer-lhe, por exemplo, como a
opinião pública sobre as mudanças climáticas mudaram na última década? Ou como a
temperatura poderá estar daqui a um século, agregando estimativas atuais e do
passado a partir de fontes diferentes? Giunchiglia
garante que não apenas é possível, como isso já pode ser feito a partir dos
resultados do projeto. Os
pesquisadores foram buscar inspiração no sistema de classificação de livros
criado por Shiyali Ramamrita Ranganathan nos anos 1930, que permite atribuir
múltiplas características a um livro, revista ou artigo.
Em
vez de uma posição taxonômica fixa, o sistema permite, por exemplo, que um texto
sobre os efeitos das mudanças climáticas na agricultura escrito no Brasil em
2010 seja classificado como "Geografia; Clima; Mudança Climática; Agricultura;
Pesquisa; Brasil; 2010".
O
que os cientistas fizeram foi transformar o pseudo-algoritmo de Ranganathan em
um algoritmo codificado em um programa para minerar dados na internet.
Isso
permite extrair de cada texto um significado e um contexto, associando-lhe as
chamadas "facetas" da classificação bibliográfica. "E usar essas facetas para
estruturar a informação com base nas dimensões da diversidade," completa o
professor Giunchiglia.
Conhecimento aberto
O
programa básico será disponibilizado como software de código aberto, e vários
parceiros do projeto LivingKnowledge afirmaram que pretendem implementar
a tecnologia em produtos comerciais.
O
professor Giunchiglia, por sua vez, anunciou que pretende criar uma fundação sem
fins lucrativos para implementar os resultados do projeto, um de cada vez,
conforme surjam demandas para isso. Fonte: Redação do site Inovação Tecnológica 04/09/12
((•)) Ouça este post
Nenhum comentário:
Postar um comentário