A definição básica de serviço de referência virtual é o serviço oferecido por instituições para que questões de referência sejam satisfeitas através de mecanismos tecnológicos, poupando assim a presença física do usuário em uma dessas instituições. De acordo com a Reference and User Services Association (2004, p. 9): "Referência virtual é um serviço de referência iniciado eletronicamente, freqüentemente em tempo real, onde usuários utilizam computadores ou outra tecnologia da Internet para se comunicarem com a equipe de referência sem estar fisicamente presente".
O serviço de referência virtual é prestado via Internet, marcando uma evolução do serviço de referência tradicional. Esse serviço surgiu no final da década de 1980, quando se tornou comum a disponibilização dos catálogos das bibliotecas na rede, o que veio facilitar a localização de informações e documentos. Segundo Márdero Arellano (2001), os serviços de referência virtuais já se tornaram uma realidade. Segundo Arellano (2001) "o primeiro serviço de referência online no mundo a funcionar 24 horas por dia foi o da North Carolina State University Virtual Reference Service”, utilizando o Library Systems and Services (LSSI) Virtual Reference Desk, software implantado no primeiro semestre de 2001, desenvolvido para o comércio eletrônico e posteriormente personalizado para o ambiente bibliotecário. No Início de 2001, na Library of Congress realizou-se o primeiro evento com o objetivo de discutir os conceitos e as implantações dos serviços de referência virtual. Além disso, existem nos Estados Unidos dezenas de eventos e fóruns como o Dig Ref Listserver, mantido pelo Virtual Reference Desk, que é um projeto dedicado ao avanço da referência digital e à criação e operação de serviços de informação prestados via Internet.
São utilizados recursos tais como:
- Correio eletrônico que é o popular e-mail.
- O Chat que é a comunicação em tempo real e oferece algumas vantagens como por exemplo: a semelhança com a interação ao vivo entre o usuário e o bibliotecário, a eliminação dos erros de compreensão auditiva, a possibilidade do usuário poder salvar o texto das mensagens trocadas no chat entre outras
- Softwares de mensagens instantâneas que fazem basicamente o mesmo que os chats
- Web contact centers - softwares que é um nível superior aos softwares de mensagens instantâneas, que além de oferecer o conversa em tempo real, oferece alguns outros recursos como um tipo de assistência remota, em que o profissional pode visualizar a página em que o usuário está navegando
- Videoconferência – A grande vantagem dessa tecnologia é permitir a comunicação entre bibliotecário e usuário de maneira que ambos se vêem e, com isso obtém-se enorme semelhança com o serviço prestado pessoalmente na biblioteca. O contato visual contribui para o sucesso na prestação dos serviços se o usuário se sentir seguro e confortável; no entanto, se ele sentir desconforto diante da câmera, seja para uma simples pergunta, essa vantagem se anula.
- E também o recurso que já não é mais tão tecnológico e viável que são as ligações telefônicas.
Objetivos
Os objetivos do serviço de referência virtual estão implícitos nas digressões acima. Os principais objetivos giram em torno da possibilidade de oferecer o serviço de referência aos usuários que não podem estar presentes fisicamente na biblioteca, a abrangência das tecnologias, que estão presentes em quase todos os lugares facilitando a vida dos usuários, as formas variadas com que ele pode apresentar suas questões e consequentemente satisfazê-las, dentre outras vantagens. Exemplo: “Ask a Librarian” . Os serviços de referência virtual via correio eletrônico surgiram nos Estados Unidos no final da década de 1980, ao mesmo tempo que as bibliotecas começaram a colocar seus catálogos na Internet. O serviço "Ask a Librarian" (Pergunte a um bibliotecário) existe, assim, na Internet há alguns anos e permite ao utilizador colocar as suas questões. São os departamentos de referência das bibliotecas que criam esse serviço com um link na home page da biblioteca, o que aumenta consideravelmente o número de consultas. Na Internet podem ser encontradas bibliotecas que oferecem serviços de referência no tempo real via acesso à base de dados, telefone, e-mail, formulário na Web, videoconferência, "Internet chat", páginas de FAQs ou Mural. O serviço “Ask a Librarian” infelizmente ainda não está disponível no Brasil.
Segundo pesquisa desenvolvida por Marcondes, Mendonça e Carvalho (2005), entre agosto de 2004 e julho de 2005, a existência de serviços oferecidos via Web em bibliotecas universitárias brasileiras ainda é muito baixa. Foram avaliadas as páginas de 209 bibliotecas universitárias em todas as regiões brasileiras e chegou-se à seguinte conclusão: não existem no Brasil serviços do tipo Ask a Librarian como os utilizados no exterior e um dos serviços mais diferenciados é o de pergunta/resposta à biblioteca via correio eletrônico e que, mesmo assim, não é tão numeroso quanto deveria ser.
Referências
ARELLANO, Miguel Angel. Serviços de referência virtual. Ciência da Informação, Brasília, v.30, n. 2, p. 7-15, maio/ago. 2001
CUNHA, Murilo Bastos da; PESSOA Patrícia. Perspectivas dos serviços de referência digital. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.17, n.3, p.69-82, set./dez. 2007. Disponível em: . Acesso em: 30 de mar. 2011.
MARCONDES, Carlos H.; MENDONÇA, Marília A. R.; CARVALHO, Suzana M. H. Serviços via web em bibliotecas universitárias brasileiras. In: ENCONTRO NACIONAL DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 6, 2005, Salvador, Anais...Salvador: UFBA, 2005. Disponível em: . Acesso em: 30 de mar. 2011.
((•)) Ouça este post
Bom dia Célia...
ResponderExcluirVerifica a formatação do texto para mim,parece que a fonte ficou diferente em alguns parágrafos; a palavra objetivo ficou em itálico...
Obrigada!!!
Pessoal, é isto mesmo, ficou bom. conheço o serviço de respostas técnicas, já trabalhei com este tipo de serviço é bacana demais. Sugiro que vocês vejam o post sobre o Ask Us da Universidade da Carolina do Norteque publiquei, hoje e deixem o comentários de vocês. Valeu!!!!
ResponderExcluirTalvez porque nem todas tem um suporte que atenda a essa demanda,profissionais aptos para o desenvolvimento deste serviço.
ResponderExcluirO governo brasileiro não prioriza ações voltadas para a educação. As UI necessitam de subsídio porque sozinhas não conseguem elaborar projetos tecnológicos, devido o alto custo. Não contratam profissionais por não terem experiência ou condições de treiná-los. Ficamos no famoso
ResponderExcluirjeitinho brasileiro ¨arranja-se com o que tem.¨
Acontece que no Brasil tudo chega atrasado!!! Temos vários exemplos disso. Como a Magda disse o governo brasileiro não incentiva, só resta a iniciativa privada que poderá ver nesse conceito de disseminação da informação uma oportunidade de ganhos.
ResponderExcluirVivemos na era do progresso, do avanço, da novidade, do surpreendente. O conhecimento é sempre relativo até que se confronte com uma nova teoria que coloca em xeque sua argumentação, portanto, é vital que os meios digitais proporcionem aos usuários a socialização da informação de forma ágil e acima de tudo ,consigam satisfazer as necessidades postas aos beneficiários da informação, pois na atualidade o conhecimento é efêmero , por essa razão, devemos correlacionar essa difusão informacional em tempo real, isto é, nosso dever profissional.Precisa-se de dispor de um suporte que venha potencializar a aquisição dessas novas ferramentas, para que possamos compartilhar e acompanhar essa vasta acumulação empírica e teórica.O conhecimento no meio eletrônico está na mesma onda das teorias vigentes da argumentação posta, por isso é importante estar em sintonia e acompanhar as modificações da estrutura científica.
ResponderExcluirAcredito eu que, o motivo para tão poucas bibliotecas usarem o serviço de referência virtual, é o fato do Brasil ser um país que se encontra em desenvolvimento, muita coisa já foi modernizada, porém, algumas áreas tem menor prioridade, que é o nosso caso. Minha esperança é que a médio prazo os investimentos na digitalização das nossas bibliotecas aumentem, para que um dia quem sabe, consigamos igualar nosso nível de atendimento ao de países de primeiro mundo.
ResponderExcluirPessoal, vou fazer aqui o papel de moderadora desta discussão. Assim, vamos mudar o tom do debate. Em primeiro lugar vamos deixar de lado esta coisa de baixa auto estima, que as coisas chegam atrasadas, que o governo brasileiro não investe.Se as tecnologias chegam um pouco atrasadas no Brasil, vamos lembrar que é a partir das tecnologias disponíveis para todos que rompemos com as distâncias e logo sabemos sim, algumas vezes quase em tempo real, outras em tempo real o que está acontecendo do outro lado do mundo. Outro aspecto apresentado pela Beatriz: "o governo brasileiro não incentiva, só resta a iniciativa privada que poderá ver nesse conceito de disseminação da informação uma oportunidade de ganhos.". Não é exatamente isto, Beatriz. As bibliotecas de universidades públicas, de centros de pesquisas e de outras instituições públicas têm nos mostrado diversos exemplos de atuação do bibliotecário na implantação de serviços de informação,inclusive o de referência virtual: Exemplos? o CNEN, o CETEC, a USP,a UFMG. Neste último caso, vejam o post "Atendimento on-line: novo serviço oferecido pela biblioteca da Escola de Arquitetura da UFMG" publicado no dia 19/04. E, por último aqui vai uma provocação aos bibliotecários: temos que fazer a coisa acontecer,buscar informação, trocar experiências, ser criativos e buscar os recursos disponíveis e gratuitos e começar a fazer, ajustar e ver que é possível, sim!!!
ResponderExcluir