terça-feira, 26 de abril de 2011

O livro de papel já morreu?

Usando as novas ferramentas de comunicação, um grupo de professores da África do sul está inovando o jeito como se produzem livros didáticos e acabaram se transformando numa experiência acompanhada por diversos centros de tecnologia do mundo. Espalhando em diversas partes do país, eles escrevem coletivamente, numa página da internet, livros sobre todas as matérias ensinadas nas escolas. Mas cada professor adapta o conteúdo para sua realidade local, a começar do seu bairro. Um mesmo livro, portanto, pode ter centenas de diferentes versões.Como nem todas as escolas têm acesso á internet (onde os conteúdos estão disponíveis gratuitamente), encontraram uma saída. Sem cobrar direitos autorais, eles organizam o material e entregam textos para editoras tradicionais. O livro chega ás escolas com um preço mais barato“ Em pouco tempo, o papel será dispensável”, disse o físico Mark Honer, um dos coordenadores do projeto batizado de Siyavula.Essa foi uma da experiências que chamaram a atenção num encontro na semana passada que reuniu, os EUA, alguns especialistas em inovações tecnológicas e educação. Serve como mais uma provocação sobre o futuro da produção e distribuição do conhecimento no geral e dos livros e dos escritores em particular. O fim do livro de papel é tido como uma questão de tempo. isso significa que as livrarias vão desaparecer? Para quem, como eu, tem prazer de andar por livrarias e sentir o papel, essa é uma pergunta incômoda. Andando aqui no metrô, vemos quanta gente aderiu ao livro eletrônico. Algumas escolas resolveram aposentar os livros didáticos de papel, usando até o argumento de que, assim, deixam as mochilas mais leves e preservam a saúde dos estudantes. Comemora-se até o fato de que, com os novos aparelhos, cresce a venda entre os mais jovens.Com o aumento do consumo dos e-books, surgiu um mercado paralelo legal e clandestino de distribuição de arquivos.Está acontecendo com os escritores o que, no passado, ocorreu com os músicos, quando surgiu o Napster. Depois de muita briga por causa da troca clandestina de arquivos, começaram a reinventar um novo modelo de negócios. Mas cada vez se ganha menos dinheiro vendendo CDs, aliás quase ninguém mais vende relógio de pulso. Nem e-mail. A onda de aplicativos está tornando até obsoleta a internet do www. Os músicos podem compensar a queda da renda fazendo shows. O que os escritores deveriam fazer? Palestras remuneradas?Podemos não gostar quando uma mudança tecnológica nos afeta, mas adoramos pode falar pelo Skype sem pagar a ligação telefônica. Não é tão diferente assim dos desafios do jornal que se estruturam para cobrar os conteúdos digitais. É um desafio que atinge as escolas. O conteúdo das matérias já podem ser encontradas na internet, algumas vezes com recursos mais interessantes e provocativos do que os dados em sala de aula. O Media Lab, do MIT, desenvolveu uma plataforma (Scratch) em que as próprias crianças fazem seus jogos e trocam suas criações pelo mundo aliás, o MIT desenvolveu conteúdo gratuito só pra o ensino médio. Como a transmissão do conhecimento não para de crescer, os modelos de negócio depois do baque, gerando perdedores e ganhadores. Alguém poderia imaginar que jornais pagariam parte dos salários dos jornalistas com base do numero de clicks em suas páginas ou matérias na internet?Estudos têm mostrados que, depois da onda provocada pelo Napster, não diminuiu a produção de aplicativos foi estimuladas.Os desafios da sustentabilidade são enormes, mas as oportunidades são maiores ainda. Um caso está ocorrendo aqui em Harvard, onde ganha força um ambicioso projeto para criar a maior biblioteca digital do mundo, que é acessível a todos. A pretensão é nada menos do que selecionar todo o conhecimento já produzido pela humanidade. Uma das inspirações é a Europeana, na qual se encontra 15 milhões de versões digitais de livros e obras de arte. Além de Harvard, estão aderindo ao projeto as maiores universidades americanas com seus monumentais acervos de livros, além da biblioteca do congresso americano. Representantes da Apple, Microsoft e Google estão participando dos encontros. Os livros de papel, os CDs e até as escolas tradicionais podem morrer. Mas o conhecimento esta cada vez acessível .
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Um comentário:

  1. Vinícius, que ótimo. valeu pelo post!! E que idéia genial, de construir uma história de forma colaborativa, com a participação de todos. É a tendência atual, de trabalhar de forma colaborativa. Quero discutir esta questão em nosso próximo tópico: Fontes de informação. Outro aspecto tratado no post: a Europeana.Tem um post aqui no Fontes. Para quem não viu ainda, sugiro a leitura e uma relação entre o post do Vinícius.

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