Para os interessados em biblioteca digital, biblioteca eletrônica e biblioteca virtual vale a pena ler o texto abaixo. Após saber que a bibliotecária Sílvia Lopes da biblioteca da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa abordou esta temática em sua da dissertação, pedi a ela que nos enviasse um texto para ser apresentado aos leitores do Fontes. Foi uma oportunidade de poder compartilhar conhecimento e experiências com um profissional da área, mas oriunda de outro país. Boa leitura!
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Com o advento das novas tecnologias, alguns autores ao longo, sobretudo, dos últimos dez anos, têm-se debruçado sobre o tema das «Bibliotecas Digitais» e, como tal, têm sido apontadas diversas definições para este conceito. Do mesmo modo, surgem, muitas vezes na bibliografia, expressões como bibliotecas electrónicas e bibliotecas virtuais quando nos referimos a bibliotecas digitais. Torna-se, por isso, bastante importante, tentar clarificar estes conceitos.
Desta forma, importa compreender a designação “Biblioteca” que tem origem na palavra grega biblioteke, e significa ‘depósito de livros’, ambiente de livros, edifício onde se guardam livros. De modo mais abrangente, biblioteca é todo o espaço físico destinado a uma colecção de livros, revistas e jornais e outros tipos de materiais como CD’s, cassetes VHS, DVD's, entre outros, que possam ser úteis para consulta. No entanto, para que se considere uma Biblioteca, todos estes documentos deverão estar devidamente catalogados, classificados e arrumados ordenadamente segundo regras biblioteconómicas (Dicionário da língua portuguesa contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, 2001).
Contextualizados com a definição de biblioteca, é premente perceber que transformações o “digital”, “electrónico” e/ou “virtual” acrescentam à realidade das bibliotecas ditas tradicionais. Desta forma, alguns autores como RAFAEL (2001) e CAMPOS (2001) consideram que uma biblioteca electrónica se distingue pelas características/suporte dos documentos que disponibiliza – documentos electrónicos (RAFAEL, 2001; CAMPOS, 2001 in CÂNDIDO, 2004). RAFAEL (2001) alerta ainda para a importância de clarificar o que são documentos electrónicos. Segundo a ISBD(ER) – International Standard Bibliographic Description for Electronic Resources, documentos electrónicos são materiais controlados por computador ou que requerem o uso de um periférico como, por exemplo, um leitor de CD-ROM. Estes recursos podem ser de dois tipos: dados ou programas ou, ainda, a combinação destes, por exemplo serviços online ou multimédia interactiva. Nesta definição estão, portanto, incluídos os recursos que são acedidos directamente bem como os que são de acesso remoto (IFLA, 2004).
BORGES (2002) considera que entre as designações “biblioteca electrónica” e “biblioteca digital” estão apenas questões de terminologia e não de conteúdos ou serviços prestados (BORGES, 2002 in CÂNDIDO, 2004) enquanto ISAÍAS (1999) esclarece que esta dificuldade de definição de conceitos advém do facto da expressão “Bibliotecas Electrónicas” ser uma designação utilizada em Inglaterra para o que nos EUA se designa por “Bibliotecas Digitais” (ISAÍAS, 1999).
A outra expressão comummente encontrada na bibliografia é a de “biblioteca virtual”. CAMPOS (2001) explica que uma biblioteca virtual se define do ponto de vista da colecção evidenciando os contrastes entre uma colecção real, com existência física, vulgarmente pertencente a uma determinada instituição, e uma colecção constituída por documentos digitais (nascidos digitais e/ou digitalizados) (CAMPOS, 2001 in CÂNDIDO, 2004). Segundo LEITE, et al., (2001), biblioteca virtual é definida como sendo uma “realidade que o avanço tecnológico proporcionou; o produto das novas tecnologias aplicadas à produção bibliográfica, ao acesso e à difusão da informação”. Nesse sentido, acrescenta que não as devamos designar bibliotecas virtuais já que o que hoje temos são bibliotecas reais, acessíveis, com conteúdos diversificados e ilimitados no espaço e no tempo e documentos concretos, fisicamente presentes e normalizados (LEITE, et al., 2001), mesmo que nos refiramos aos conteúdos digitais/electrónicos. BORGES (2002) acrescenta ainda que o virtual requer que se recorra ao uso de uma tecnologia recente, a da realidade virtual, muito utilizada em simulações e que pode ser explorada através da estimulação dos diversos sentidos. Ao analisar estas ideias, facilmente se percebe que se trata de uma expressão com significado totalmente díspar das outras duas (BORGES, 2002 in CÂNDIDO, 2004). Deste modo, a expressão que ganha importância será “biblioteca digital” e que é definida por CALDEIRA (2003) como uma colecção estruturada e informatizada de documentos de diversas tipologias e suportes (documentos impressos, audiovisuais, electrónicos) e que se encontram livremente acessíveis ou em situação cujo acesso é de alguma forma condicionado ou, por exemplo, por RAFAEL (2001) como aquela que permite o "acesso remoto ao conteúdo e serviços da biblioteca e outras fontes de informação, na possibilidade de reproduzir, emular e ampliar os serviços das «bibliotecas tradicionais» aproveitando as potencialidades do armazenamento e comunicação digitais para desenvolver serviços mais personalizados e «amigáveis», para promover o acesso e utilização de informação multimédia e reduzir as barreiras de distância (...) e tempo de acesso à informação". LEINER (1998) sugere outra definição considerando biblioteca digital como “a colecção de serviços e a colecção de objectos de informação, sua organização, estrutura e apresentação, que suporta o relacionamento dos utilizadores com os objectos de informação, disponíveis directa ou indirectamente via meio electrónico/digital” (LEINER, 1998 in ISAÍAS, 1999).
ARMS (2000) aponta para o facto de numa definição informal de biblioteca digital estar implícita a existência de uma gestão da informação, com serviços associados e na qual a informação é armazenada em suporte/formato digital estando acessível através da rede. Neste sentido, é considerada fundamental a questão da gestão da informação visto que, ainda segundo ARMS (2000), um conjunto de informação apenas será considerada como colecção quando estiver organizada de forma sistemática. Para a Digital Library Federation (DLF), "Digital libraries are organizations that provide the resources, including the specialized staff, to select, structure, offer intellectual access to, distribute, preserve the integrity of, and ensure the persistence over time of collections of digital works so that they are readily and economically available for use by a defined community or set of communities” (WATERS, 1998).
Apesar das diferentes definições de bibliotecas digitais encontradas é comum a todas elas a importância atribuída ao acesso remoto aos conteúdos, aos serviços disponibilizados e às diversas fontes de informação. As bibliotecas digitais apresentam três aspectos essenciais associados também às bibliotecas convencionais:
- Os fundos documentais,
- A tecnologia e
- Os procedimentos ou tarefas que permitem a sua utilização.
Outra característica apontada na definição de bibliotecas digitais é a possibilidade de uma mesma informação ser passível de ser acedida por diversos utilizadores em simultâneo, pois está organizada através de software específico num computador ou servidor, que a disponibiliza em rede, após ter passado por um processo de selecção, organização e arquivo (ARMS, 2000).
Uma questão sobejamente discutida relaciona-se com o facto de muitos considerarem a Web como sendo uma biblioteca digital. ISAÍAS (1999) é da opinião que, no limite, a Web pode ser considerada como uma biblioteca digital de âmbito muito geral e de grandes dimensões. Mas considerando as definições apresentadas anteriormente, e ainda segundo WATERS (1998) e LAGOZE, FIELDING e PAYETTE (1998), a Web não tem as características de uma biblioteca tradicional nem digital já que a informação que lá se encontra não está organizada. As bibliotecas digitais são, tal como as bibliotecas ditas tradicionais, uma fonte organizada de informação e de conhecimento. Esta é, talvez, a característica que melhor distingue a “biblioteca digital” da “World Wide Web” na qual a informação não se encontra organizada.
Acerca de todas estas questões, é importante referir que num processo de evolução tecnológica não existem muitas diferenças nos procedimentos/necessidades das pessoas (ARMS, 2000). Pois, se até surgirem as bibliotecas digitais, havia necessidade de criar conhecimento, gerar, gerir, organizar, pesquisar e usar informação, com as inovações tecnológicas elas são precisamente iguais. Os processos, o modo como são expressos e os métodos é que são fortemente influenciados pela tecnologia. Estas mudanças estimulam alterações fundamentais nos processos e formatos sob os quais a informação é criada e disponibilizada. Ainda segundo ARMS (2000), a razão fundamental para a construção de bibliotecas digitais é a crença de que elas possibilitam uma melhor disponibilização da informação, trazendo diversos benefícios como a aproximação do utilizador à biblioteca, a facilidade da pesquisa de informação através das aplicações informáticas, a partilha e actualização da informação, o facto de estarem disponíveis sem limites de horários, bem como o aparecimento de outros formatos para além do impresso.
Referências Bibliográficas
Arms, W. Y. (2000). Digital libraries. Cambridge: MIT.
Caldeira, P. (2003). “A usabilidade das bibliotecas digitais: a perspectiva dos leitores/ utilizadores”. Cadernos BAD (2), pp. 18-35.
Cândido, P. A. F. (2004). Conceptualização de um modelo de biblioteca digital de artes e design integrada no portal da biblioteca da ESAD - Escola Superior de Artes e Design. Tese de Mestrado, Lisboa, ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.
Dicionário da língua portuguesa contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (2001). Lisboa: Verbo.
IFLA (2004). ISBD(ER): international standard bibliographic description for electronic resources. Disponível em http://www.ifla.org/VII/s13/guide/isbder_ww2-1-04.pdf (Acedido em 2008-09-20).
Isaías, P. (1999). Bibliotecas digitais. Lisboa: Universidade Aberta. ISBN 972-674-277-3
Lagoze, C.; Fielding, D.; Payette, S. (1998). “Making global digital libraries work: collection services, connectivity regions, and collection views”. International Conference on Digital Libraries, Pittsburgh, 23-26 Junho de 1998, pp.134-143. Disponível em www.cs.cornell.edu/lagoze/papers/lagoze.pdf (Acedido em 2006-07-04).
Leite, I. P., et al. (2001). “Tradicional vs. Virtual - Questão Irreal?”, Páginas a&b, (7) 2001, pp. 85-92.
Rafael, G. G. (2001). “Documentos electrónicos: da biblioteca de papel à biblioteca digital”. Páginas a&b (6) 2001, pp.7-20.
Waters, D. J. (1998). “What are digital libraries?”, CLIR issues (4) July/August. Disponível em http://www.clir.org/PUBS/issues/issues04.html#dlf (Acedido em 2006-07-04).
Texto de Sílvia Maria da Costa Lopes, bibliotecária da Biblioteca de Farmácia da Universidade de Lisboa, Portugal especialmente elaborado para publicação no Fontes em 08/08/11.
Nossos agradecimentos à Silvia pela sua colaboração!!
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A Silvia explica claramente as diferenças entre os três tipos de bibliotecas,além de ser de fácil entendimento.Hoje todos nós sabemos que a informção não possui mais barreiras,como citado no texto,Silvia na sua opnião,o profissional bibliotecário está bem preparado para filtrar essa informação para seu usuário? Ou ainda falta uma percepção maior destes profissionais, da sua responsabilidade perante este novo contexto?
ResponderExcluirConcordo com você Sílvia de que biblioteca digital será a expressão que ganhará importância atualmente, devido a diversidade do seu acervo e a abrangência no atendimento dos usuários. Diante desta adaptação das bibliotecas frente à tecnologia não seria adequado modificar a nomenclatura do profissional? Qual sua opinião sobre este assunto?
ResponderExcluirOs três tipos de Bibliotecas são muito claros no texto. como poderemos apresentar estas diferenças para usuários que não tem o nosso conhecimento técnico?
ResponderExcluirO texto deixou muito bem esclarecido os tipos de bibliotecas. Mas nem todos estão cientes da grande importância de uma biblioteca digital, qual a maneira mais eficinte de fazer esses reconhecerem e se interessarem a essa fonte de informação tão importante?
ResponderExcluirÉ chegada a explosão informacional e, certamente, as bibliotecas digitais fazem parte desse momento, pois com a velocidade com que a informação se faz necessária, ela pode oferecer e disponibilizar "N" facilidades a mais a qualquer usuário independente do local.Será que as bibliotecas digitais poderão ofuscar as físicas pelo fato de tantos benefícios e regalias que dispõem?
ResponderExcluirA importância das bibliotecas virtuais, digitais, eletrônicas com certeza no mundo de hoje é essencial, principalmente pelo tempo de recuperação da informação (claro que o tempo é menor para quem já esteja familiarizado com o meio eletronico), porém, vemos mais artigos do que os livros em si, uma iniciativa legal seria uma biblioteca de e-books na qual o livros fossem lidos on-line ou através de softwares, mas sem ter a disponibilização de download para que os autores não perdessem os ganhos pela sua obra (a biblioteca online compraria os e-books e colocava em rede)
ResponderExcluirA explosão das tecnologias digitais da informação alterou a forma como as pessoas compreendem e se relacionam com o mundo. Como lidar com os impactos das bibliotecas digitais sobre os hábitos de leitura e estudo? Qualquer pessoa tem idéia sobre o que os computadores domésticos podem armazenar, como podem ajudar na educação, vencer barreiras geográficas e culturais. Mas isto realmente está acontecendo? As bibliotecas virtuais têm possibilitado melhorar o nível de leitura de seus usuários?
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ResponderExcluirMesmo com os benefícios que trazem o contínuo avanço tecnológico, os métodos de ensino não estão conseguindo acompanhar este acelerado fenômeno que abrange rapidamente todos que estão ligados nesta rede de informações. Os usuários estão cada vez mais exigentes, tanto no que tange a qualidade e precisão da informação quanto à rapidez com que esta é disponibilizada.
ResponderExcluirÉ de total responsabilidade do aluno acompanhar essas mudanças?
Aprender a preencher planílhas e fichas catalográficas APENAS manualmente dá suporte para os futuros profissionais de biblioteconomia que enfrentarão a era tecnológica?
Saberemos automatizar uma biblioteca que ficou "perdida no tempo" apenas com o que nos é oferecido na nossa formação acadêmica?
A pergunta abrange quem se interessar em responder e dar comtinuidade a este assunto que é de total interesse dos alunos.
É primordial para nós, futuros profissionais bibliotecários, reconhecermos os tipos de bibliotecas existentes. Observar e conhecer a fundo as bibliotecas digitais e virtuais é interessante, pois elas constituem a evolução do conceito tradicional de biblioteca já muito debatido neste blog.
ResponderExcluirPreza-se muito hoje em dia pela informação disponibilizada na internet, pois sem dúvidas, elas são de fácil acesso e passíveis de serem consultadas a qualquer hora e local (desde que existam estruturas para o fazer). Pensar na internet como uma "biblioteca universal", segundo nossos conhecimentos, é um equívoco pois como já dito por WATERS (1998) e LAGOZE, FIELDING e PAYETTE (1998, a internet só se tornaria uma biblioteca se as informações fossem devidamente catalogadas e organizadas. É uma realidade um tanto utópica pensar em organizar toda a informação disponibilizada na web, devido á rapidez com que são produzidas e disponibilizadas.
Como comentado pela nossa colega Laís Helena, em nossa realidade, sentimos muita falta do contato com as tecnologias em nosso curso, falta de estrutura? métodos obsoletos de ensino? considerada a nossa carga horária um tanto quanto diminuta, é preferível dar enfâse às teorias a desempenhar a prática frente as tecnologias? seria o aluno incumbido de ser auto-suficiente no que diz respeito às inovações tecnológicas?
findo inquirições
As bibliotecas digitais são de extrema importância e ajuda na busca do conhecimento e informação para as pessoas. Com a modernidade a cada dia e novas tecnologias as bibliotecas atuais tendem a desaparecer?O nível de leitura dos estudantes brasileiros pode ser melhorado com as bibliotecas digitais?
ResponderExcluirAs definições para os tipos de bibliotecas estão bem definidas e acho que a nomenclatura não é muito relevante para o usuário. Concordo com o Jordano a respeito de as bibliotecas digitais abrigarem em sua maioria comunicação científica, e para atrair usuários do público em geral, seria preciso inserir variados assuntos. Se isso fosse possível, como o profissional iria disponibilizar esse material na web? Visto que a quantidade de informações criadas são imensas.
ResponderExcluirSilva deixa bem claro a diferença entre as três bibliotecas. Mas para um usuária que não sabe essas diferenãs qual seriam as dificuldades que ele enfretaria ?
ResponderExcluirSilvia, você acha que com o passar dos anos as bibliotecas virtuais substituirão as bibliotecas tradicionais?
ResponderExcluirSilvia, é visivel a importancia e o crescimento que as bibliotecas virtuais vem tendo na atual situação que estamos vivendo dentro do crescimento tecnologico. Voce acha importante digitalizar todo o acervo nacional para disponibilizar para os usuarios digitais? Seria cabivel este ato?
ResponderExcluirSilvia você acha que com as bibliotecas virtuais, eletronicas ou digitais podem vir a melhorar o Analfabetismo ''tecnológico'' das pessoas que não sabem lidar com essas novas tecnologias?
ResponderExcluirDevida as mudanças tecnologicas as bibliotecas digitais gera grandes possibiblidades de atender os usuários,mas isso não proporciona o meio dele estar em contato com as bibliotecas tradicionais.Na minha opinião acho que as bibliotecas digitais é um assunto que foi bem esclarecido no texto da Silvia.Silvia na sua opinião o que será feito com as bibliotecas tradicionais?As digitais vai gerar informações rápidas para seus usuários?E qual será o futuro dos profissionais da informação(os bibliotecários?
ResponderExcluirDiante destas definições esclareci muitas dúvidas, mas gostaria de saber qual sua posição Sílvia diante de tantas pesquisas nos mostrando que futuramente as bibliotecas tradicionais poderão se extinguir. Somente as bibliotecas virtuais atenderão de forma eficaz as necessidades informacionais da população em geral?
ResponderExcluirPara mim o conceito mais interessante é o de biblioteca digital, que possui um conteúdo real de informação, porém de forma digitalizada. Este conceito é muito interessante, porque não restringe o uso do materia a uma só pessoa, pode ser acessados por várias pessoas em locais diferentes e isso tudo ao mesmo tempo.
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