sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Bibliotecários em ação: Compartilhando Experiências

 Há muito tempo estamos esperando relatar aqui no Fontes a história da bibliotecária Ana Maria, mãe da aluna do curso de biblioteconomia do UNIFOR-MG Samira Vidal. Desta forma, estamos reproduzindo abaixo o texto que foi publicado pelo Boletim Eletrônico CRB-6 em julho de 2011.
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Ana Maria é uma dessas mulheres brasileiras que não se abalam por qualquer obstáculo. Até o ano de 2009, a bibliotecária trabalhava em uma escola particular, com carga horária de 4h diárias, e à época, era a provedora da sua casa, sendo que seus dois filhos necessitavam do auxílio da mãe para dar prosseguimento aos estudos. A bibliotecária é mãe de um casal. Naquele momento, o rapaz estava com 18 e cursava Educação Física, a filha da profissional estava com 17 anos e estava prestes a terminar o ensino médio.E era ao passar pela portaria da Biblioteca Pública Municipal Dr. João Januário de Magalhães, em Alfenas, que essa situação se agravava.
A bibliotecária Ana Maria Silva e sua filha Samira, que a
exemplo da mãe, deseja se tornar bibliotecária. Samira
está no 4º período de Biblioteconomia (Unifor).
Ana Maria era formada desde o ano de 1982 e a biblioteca que ela sempre avistava não possuía um profissional bibliotecário habilitado. Diante essa situação, ela imaginava uma outra realidade: conseguir o cargo de bibliotecária naquela instituição e melhorar sua condição financeira e, conseqüentemente, dar melhores condições para ambos os filhos. “Comecei a sentir um certo desconforto sempre que passava perto da Biblioteca Municipal pois, sabia que a mesma não possuía um profissional habilitado em Biblioteconomia mas, não tinha coragem de fazer a denúncia. E francamente, achei que seria perda de tempo e preferi poupar-me da frustração que certamente sentiria”, revela a bibliotecária.
Mas a sorte de Ana Maria veio a mudar, e pra melhor. Após procedimento fiscalizatório do CRB-6 naquela instituição e a consequente autuação da biblioteca, ela conseguiria aquilo que havia sonhado em outro tempo: o cargo de bibliotecária. E para resumir essa vitória, ela utiliza poucas palavras: “O meu sentimento é de justiça”, afirma. E mesmo após a sua efetivação e com os novos desafios profissionais, ela não desanima. “As limitações existem, sem dúvida: de espaço, tempo, pessoal, mas ainda assim, a sensação do dever cumprido é muito boa, há muito o que fazer no acervo, queremos informatizar a biblioteca e vamos fazê-lo!”Além do amor dos filhos, a bibliotecária se edifica através de pequenos resultados que o seu
trabalho lhe proporciona: a senhora que lhe agradeceu a indicação do livro de auto-ajuda, o estudante que lhe revela que o livro que ela havia trazido, entre vários outros, lhe foi útil na aprovação do curso  superior. “Sempre tive muito amor e respeito pelo meu semelhante. Permear a informação e o conhecimento é uma troca onde ambos os lados ganham”, ensina.
Fonte: Boletim Eletrônico CRB-6, Nº 27/2011 - Belo Horizonte, 15 de julho de 2011
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