segunda-feira, 20 de junho de 2011

Computação em nuvem e a educação

Fonte da imagem: Almir J

Computação em nuvem ou clouding computer

Computação em nuvem trata-se de um modelo de computação oferecido como serviço, aos moldes de distribuição de energia elétrica. Bom este já é um ponto interessante para reflexão, visto que até o momento a rede internet, embora tenha incorporado a mesma proposta, ainda não viabilizou na prática este método de distribuição. Contudo, a computação em nuvem possibilita a oportunidade de interligar sistemas de computação disponíveis em uma organização, criando uma rede ampla e dinâmica por possibilitar a interconexão com outros recursos digitais, a exemplo de ipad, celulares, etc. Este procedimento traz como principal objetivo maximizar com flexibilidade os recursos informáticos, com base no conceito de virtualização, formando uma rede compartilhada, onde as informações são processadas a partir de qualquer computador em tempo real. Este é um tema que vem chamando atenção de pesquisadores e interessados nas inovações tecnológicas e que dialoga fortemente com a Web 2.0 e inclusão digital. Algumas pesquisas vem sinalizando que a computação em nuvem pode representar uma alternativa, como um novo rumo para a educação, fundamentado-se em autores como Lynch e Bencler – estudiosos de informática e sociedade em rede – que migram o conceito para a área educacional. O que os autores denominam de educação em nuvem, tomando por base o conceito de computação em nuvem, se difere da educação à distância graças aos menores custos com os aparatos computacionais. Já que as transferências dos pacotes de dados se dão pelos computadores disponíveis em toda a rede, ou seja, sem ficar a mercê do servidor. As transferências podem ser acessadas a partir de qualquer dispositivo, fator que realmente quebra barreiras, pois de acordo com o IBGE (2005), o número de celulares ainda supera os números de computadores na realidade brasileira.Nessa perspectiva, a “educação em nuvem” representa mais uma oportunidade de se possibilitar o alcance à “àgora digital”, onde todos os conhecimentos estariam abertos em flutuação constante na rede, sem depender necessariamente de atrelar o acesso em ambientes físicos. Contudo, cabe pensar se este ambiente virtual já existe e se as pessoas que têm a possibilidade de usar dispositivos eletrônicos (celular, TV, videogame, etc.) terão as competências necessárias para acessar o conhecimento disponível na nuvem. O fato desses dispositivos povoarem a realidade da maioria dos sujeitos é um ponto positivo que com certeza agregará novas possibilidades de acesso à informação para cada vez mais pessoas. Entretanto, cabe a reflexão do que estão chamando de “educação em nuvem”; qual a ligação desta com a escola? trata-se de educação formal ou informal? quem tem acesso e, principalmente, é necessário mediação humana para acessar? No nosso entendimento, essas são umas das questões que precisam ser observadas com certa profundidade antes, até mesmo, de se  intintular mais um termo para a área da educação. Compreendemos que a interconexão sobre estes dispositivos, ou seja, a computação em nuvem corrobora como ampliação dos ambientes por onde podem circular a informação e produção de conhecimentos. Com isso percebemos um alargamento das possibilidades pedagógicas da escola, ou seja, uma coalizão das atividades educacionais aos dispositivos que a nuvem proporciona, conduzindo ao aprendizado. Mais uma vez, na nossa perspectiva, parece que o debate sobre o acesso e desenvolvimento frente a essas tecnologias deve ser considerado. E, acrescentamos que se trata de um tema com bastante espaço para a discussão e aprendizado.
Fonte: Barbara Coelho no Bahia Diário, quarta-feira, 15 de Junho de 2011 (é Doutoranda em Educação, Mestra em Ciência da Informação e especialista em Comunicação Integrada ; moderadora do Blog Inclusão e Cognição; Pesquisa e exerce docência em temas ligados à C&T e informação desde 2002.

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