Enquanto no Brasil o mercado de e-books é incipiente, em metrôs,
ônibus e aeroportos das grandes cidades norte-americanas e europeias é
relativamente comum ver gente lendo em seus smartphones, tablets e
e-readers, como antes se fazia com as edições de bolso.
Nos EUA, que vive o "verão do Kindle", a fatia do mercado está em
13,5% quando se fala em obras de ficção. Na Alemanha, segundo dados da
Sociedade para Pesquisa de Mercado Consumidor, desde fevereiro foram
vendidos 350 mil leitores digitais.
No Brasil, onde o acervo ainda é escasso e os aparelhos saem por no
mínimo R$ 800, não há números a respeito. Nas capitais, não se vê nada
parecido.
Mas a Fundação Biblioteca Nacional, à qual cabem as políticas de
livro e leitura, quer olhar adiante, e realizou, durante a Bienal do
Livro do Rio, o colóquio E-books e a Democratização do Acesso - Modelos e
Experiências de Bibliotecas. A feira se encerra hoje à noite.
No início de 2012, o presidente da FBN, Galeno Amorim, já espera ter
para empréstimo cerca de cem títulos digitalizados (literatura
brasileira em domínio público). A ideia agora é aprender com a
experiência de quem já vive a era digital nas bibliotecas, e pensar o
modelo mais adequado à nossa realidade, seja o download ou o sistema
nuvem, em que o livro fica disponível só por um período.
Aqui, inexiste esse tipo de serviço. Nem os livros de papel chegam a
todos. Ainda falta atingir a marca desejada há anos: ter uma biblioteca
instalada em cada um dos 5.565 municípios.
O colóquio marca os 200 anos da BN, criada numa então colônia de
analfabetos para guardar a biblioteca real trazida de Portugal, e, com o
tempo, transformada em centro de pesquisa. Hoje, o público tem acesso,
pela internet, à parte do acervo digitalizada. "O e-book é um evento
novo para todos. Não podemos ficar na rabeira. Queremos discutir qual é o
melhor caminho, o que é viável", diz Galeno, ao justificar a realização
dos debates.
Na Inglaterra, contou Aquiles Alencar-Brayner, curador digital
(cearense) da British Library, as editoras resistem a ceder e-books para
empréstimo. Mas uma lei poderá enquadrá-las ano que vem. Frank Daniel,
da Biblioteca Pública de Colônia, relatou que nos últimos quatro anos
foram computados 120 mil downloads de 8.600 e-books. A biblioteca
oferece aplicativos para iPhones e iPads. Essa é a Bienal mais tecnológica de todas, a primeira em que foram
oferecidos "para degustação" tablets e e-readers. O espaço da Bienal
Digital ficou cheio de curiosos que nunca tiveram um desses nas mãos.
Fonte: Estadão.com.br http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-gostar-de-e-book,770951,0.htm
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