Até 2020, todas as escolas brasileiras deverão ter uma biblioteca. Partindo da ideia de que existem quase 68 mil escolas no país e que 34% delas não têm nenhuma sala com livros, e ainda que o Brasil é o 3º país em número de celulares, o 5º em número de computadores, e que mais de 38 milhões já têm banda larga, Jonas Suassuna, do grupo Gol, viu aí uma oportunidade de negócio. Ele sabe das dificuldades envolvidas no cumprimento dessa diretriz governamental. Por que não construir, então, uma grande biblioteca digital?
Depois de três anos maturando a ideia, pesquisando, criando plataformas e pensando no conteúdo, a Gol Mobile apresentou sua Nuvem de Livros na XV Bienal do Livro do Rio, 1º a 11 de setembro, com curadoria editorial de Antônio Torres e uma licença de uso semanal de R$ 0,99, o projeto conta com parceria de empresas como Telefônica, Vivo, Estadão, O Globo e Itautec, o que já dá, de saída, 82 milhões de clientes à biblioteca. Os livros poderão ser lidos no computador, leitores digitais, tablets e celulares e a Gol criou seu próprio DRM para evitar a pirataria. O acesso amplo e simultâneo está garantido. “Tem que dar acesso geral. Se milhões de pessoas quiserem ler o mesmo livro ao mesmo tempo, elas vão ler”, comentou Suassuna. Hoje, a biblioteca conta com 3 mil títulos, e isso inclui 1.500 teleaulas fornecidas pela Fundação Roberto Marinho. Já o CCAA ficou responsável por todo o conteúdo em língua estrangeira. Livros de 25 editoras como Moderna, Ediouro e seus selos, Conrad, A Girafa, Vermelho Marinho e outras também integram o catálogo. A forma de remuneração talvez seja a maior novidade do projeto. O fato de o livro estar na biblioteca já garante um pagamento à editora. Se ele for selecionado para ficar como destaque ou integrar coleções e ainda se for muito acessado, isso quer dizer que a editora ganhará um extra. Participar do projeto não é difícil. Se já tiver os livros digitalizados, tanto melhor. Se não tiver, a Gol cuida de convertê-los. Outra novidade é que professores vão poder acompanhar a leitura dos alunos, conferir os livros pesquisados e saber se eles fizeram de fato o download da obra para embasar seus trabalhos. Mas a Nuvem de Livros não foi pensada para ser usada apenas por alunos nas escolas; ela terá conteúdo para toda a família. A seu favor, Suassuna tem os apartamentos cada vez mais compactos. “Os apartamentos têm hoje, em média, 45 m2. Coloque uma estante de livros no meio disso tudo e falta espaço para a geladeira ou para a cama”, comentou.“Criamos um modelo para ganhar pouco dinheiro de muita gente”, comentou Suassuna, que não pretende resolver o problema da biblioteca pública no Brasil. “Se eu conseguir fazer os 82 milhões de usuários terem uma boa experiência com bons livros já posso ir embora dessa terra para as nuvens” brincou.
Essa conta que faz remonta ao número de clientes de seus parceiros. Por exemplo, todos os computadores da Itautec virão com a biblioteca digital. Os 80 milhões de usuários da Vivo terão 30 dias de acesso gratuito e depois, se quiserem, assinam o serviço por R$ 0,99 por semana. O mesmo vai acontecer com os clientes dos 25 países onde a Telefônica atua e os assinantes dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo. Esta é a segunda iniciativa na área de bibliotecas digitais feita por empresas que não são exatamente bibliotecas no Brasil. A primeira, Minha Biblioteca, acaba de firmar parceria com a Ingram e ainda está sendo formatada para em breve ser oferecida para universidades do país. A Nuvem de Livros deve chegar antes, já que a previsão de lançamento é para 1º de outubro.
Fonte: PublishNews - 08/09/2011 - Maria Fernanda Rodrigues
Bom dia Célia!!!
ResponderExcluirA fonte do texto ficou diferente, o link também não apareceu...corrige para mim. Obrigada!
http://www.publishnews.com.br/telas/noticias/detalhes.aspx?id=65036
Bom dia Giseli! A notícia é boa, já que precisamos de iniciativas de grandes empresas em disponibilizar os acervos digitalizados e as bibliotecas não dispõe de recursos. Evidentemente que todos as empresas parceiras identificaram uma grande oportunidade de negócios. Mas, aqui vai uma reflexão em forma de provocação: Com estas medidas é possível atingir a população de baixa renda? a tarifa cabe no bolso dessa parcela da população? Tal medida é de fato social e conseguimos incluir aqueles que não têm acesso aos livros? O que vocês acham?
ResponderExcluirAs grandes empresas só tomam iniciativas quando vislumbram lucros. Infelizmente a classe de baixa renda continuará sendo excluída, por mais ¨barata¨ que seja a tarifa sabemos que muitos brasileiros não tem condições econômicas para arca-la. Concordo com você Célia de que esta oportunidade será de fato social se todos que não têm condições tiverem acesso a esta iniciativa, temos que pensar na coletividade não apenas em uma parcela.
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