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A normalização tem como objetivo a padronização de características relacionadas a algum tema específico. O conceito de normalização é usado desde a antiguidade quando foram inventadas por exemplo, a linguagem falada e que permite a comunicação entre as pessoas, a linguagem em sua essência é fruto da normalização, sons e símbolos padronizados com significados específicos permitindo a comunicação entre pessoas que conhecem este padrão. Com o passar do tempo as formas de normalização evoluíram, permitindo criar normas que definissem padrões de qualidade e confiabilidade de produtos a serem comercializado. A primeira iniciativa para padronização de produtos veio em 1864, por uma empresa da área farmacêutica chamada Britsh Phamacopaea, que criou normas específicas para definir a composição ideal dos medicamentos que ela comercializava. A revolução industrial e o início da produção em massa de produtos e mercadorias, deixou bem claro a necessidade do uso da padronização por empresas que tinham ambições cada vez maiores. A padronização, além de garantir a melhor qualidade de produtos e serviços, torna mais eficiente a fabricação em grandes quantidades e facilita o uso do produto final pelo consumidor. Como se pode perceber as vantagens oferecidas pela padronização de produtos, beneficiam não só o cliente final, mais também o fabricante que com um bom processo de padronização diminui seu gasto com retrabalho na fabricação de produtos e aumenta a satisfação de seus clientes. A organização de padrões em regras definidas é popularmente conhecida como normalização.
A normalização é o processo de estabelecer e aplicar regras a fim de abordar ordenadamente uma atividade especifica, para o beneficio e com a participação de todos os interessados e, em particular, de promover a otimização da economia levando em consideração as condições funcionais e as exigências de segurança. (REIS,[s.d.].)
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Com o sucesso dos pioneiros no uso da normalização, este conceito se tornou cada vez mais popular entre as empresas, conseqüentemente os clientes e usuários de serviços passaram a se tornar cada vez mais exigentes, forçando aos governantes e aos grandes executivos a criarem entidades que criassem normas para padronizar os produtos e garantir a satisfação do cliente final. Uma norma técnica
é um documento estabelecido por consenso e aprovado por
um organismo reconhecido que fornece, para uso comum e repetitivo,
regras, diretrizes ou características para atividades ou
para seus resultados, visando à obtenção
de um grau ótimo de ordenação em um dado
contexto. Esta é a definição internacional
de norma. Deve ser realçado
o aspecto de que as normas técnicas são estabelecidas
por consenso entre os interessados e aprovadas por um organismo
reconhecido. Acrescente-se ainda que são desenvolvidas
para o benefício e com a cooperação de todos
os interessados, e, em particular, para a promoção
da economia global ótima, levando-se em conta as condições
funcionais e os requisitos de segurança.Segundo VEADO (1985):
Norma técnica é um documento que reflete a consolidação de uma tecnologia; nela podem encontrar-se a definição dos parâmetros de um produto, sua provável padronização e os métodos para sua certificação; também pode definir as especificações de projetos, as características das matérias-primas, os procedimentos de fabricação e os métodos de ensaio e inspeção.
Na realidade as normas técnicas são nada mais que documentos que indicam características exigidas para obter a garantia de qualidade final de um determinado produto ou serviço. No Brasil o uso das normas técnicas se iniciou em meados de 1940, quando foi fundada a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que tem como principal objetivo criar documentos normativos que definam padrões de fabricação e qualidade para os mais variados tipos de produtos e serviços. A ABNT é o órgão brasileiro responsável pela criação de normas técnicas, porém segue também modelos internacionais de padronização, como é o caso das entidades de normalização ISO e IEC. Toda norma técnica criada pela ABNT, deve ser aprovada e depois encaminhada ao Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), este instituto tem como objetivo garantir que as empresas certificadas para usar certas normas estão cumprindo com as regras especificadas nas mesmas. Hoje no Brasil já existem milhares de normas técnicas, definindo padrões para produtos e serviços das mais variadas áreas, porém pode se identificar uma pequena deficiência nessa área, já que o consumidor nem sempre tem consciência dos requisitos de qualidade exigidos para cada produto. Para isso instituições como o INMETRO e a própria ABNT tentam criar recursos para que os usuários possam cada vez mais conhecer os seus direitos e quais são os níveis de qualidade exigidos para o produto que adquire. Um exemplo desses esforços é a divulgação do Catálogo ABNT, que é lançado anualmente e possui informações sobre todas as normas aprovadas pela ABNT e o ABNT Boletim, que é publicado mensalmente e possui todas as atualizações de normas ocorridas no mês.
Normas regionais
são normas técnicas estabelecidas por um organismo
regional de normalização para aplicação
num conjunto de países (uma região, como a Europa
ou o Mercosul).
As normas internacionais são
normas técnicas estabelecidas por um organismo internacional
de normalização para aplicação em
âmbito mundial. Existem diversos organismos internacionais
de normalização, em campos específicos, como
a ISO (a maioria
dos setores), a IEC
(área elétrica e eletrônica) e a ITU
(telecomunicações). As normas internacionais são
reconhecidas pela Organização Mundial do Comércio
- OMC como a base para o comércio internacional, e o seu
atendimento significa contar com as melhores condições
para ultrapassar eventuais barreiras técnicas.
Além das normas nacionais,
regionais e internacionais, existem ainda outros tipos de normas.
Muitas empresas têm o seu sistema interno de normalização
e usam-no para estabelecer os requisitos das suas aquisições
entre os seus fornecedores. Algumas entidades associativas ou
técnicas também estabelecem normas, seja para uso
dos seus associados, seja para uso generalizado. Algumas dessas
normas têm uso bastante difundido
Referências:
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Normalização. Disponível em: http://www.normalizacao.cni.org.br/f_index.htm
DIAS, Maria Matilde Kronka. Normas técnicas. In: CAMPELLO, Bernadete Santos; CENDÓN, Beatriz Valadares; KREMER,Jeannette Marguerite( Orgs.). Fontes de informação para pesquisadores e profissionais.Belo Horizonte: UFMG, 2000. cap.11, p.136-151.
CUNHA, Murilo Bastos da. Para saber mais: fontes de informação em ciência e tecnologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2001. 168 p.
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