Edilenice Passos
A
especialidade do bibliotecário jurídico é conhecer as fontes de informação
jurídicas e realizar pesquisas na área do Direito. Em geral, desenvolve seu
trabalho em escritórios de advocacia, órgãos da Administração Pública,
universidades, tribunais. Pode ainda atuar de forma independente atuando como
consultor e professor.
Pode
exercer tanto o papel de consumidor quanto o de produtor de informação (produsers). No seu papel de consumidor
realiza pesquisas e oferece o material localizado ao seu usuário. Na qualidade
de produtor de informação cria ou transforma os dados localizados para que
satisfaçam às necessidades específicas de seu usuário. Como produtor de
informação, o bibliotecário jurídico pode criar e manter portais jurídicos onde
seleciona e indica links de páginas
web que tragam informação relevante para o usuário. Em outras situações, os
dados localizados não estão organizados de maneira amigável ou não estão forma
solicitada pelo usuário, o bibliotecário jurídico, então, pode criar quadros ou
tabelas para organizar a informação, sempre indicando a fonte original, para
colocá-la no formato solicitado pelo usuário.
Para a
realização do seu trabalho, é importante que o bibliotecário jurídico conheça
profundamente as fontes de informação: bases de dados, dicionários, coleções de
leis ou de jurisprudência, catálogos de bibliotecas, bibliografias, lista de
discussão, entre outras. Mas, acima de tudo, é imprescindível que o
bibliotecário jurídico tenha noções de Direito, que conheça seu vocabulário
específico e possa “negociar” com o usuário o pedido de pesquisa.
O trabalho
principal do bibliotecário jurídico é a localização de informações dentro do
universo do Direito, que compreende a legislação, a jurisprudência e a
doutrina. Entretanto, existem outras atividades que podem ser desenvolvidas:
Disseminação seletiva da informação – no caso
da informação jurídica não se restringe apenas aos textos publicados em
periódicos especializados, mas também é preciso informar e fornecer textos de
novas normas jurídicas que são publicadas diariamente, assim como da
jurisprudência que é produzida nos tribunais brasileiros.
Educação do usuário – as bases de dados não são
simples de pesquisar. Como foram desenvolvidas de forma independente, cada uma
delas possui um formato diferente, um vocabulário próprio. O bibliotecário
jurídico pode oferecer aos usuários a oportunidade de aprender a dominar essas
bases de dados.
Criação de fontes de pesquisa – sabedor
das necessidades de informação de seus usuários, o bibliotecário jurídico pode
criar um catálogo ou sítio na internet que reúna informações que são utilizadas
de forma recorrente. Noutras situações, pode reunir a legislação e/ou a
jurisprudência e/ou a doutrina relativa aos assuntos de interesse de seus
usuários.
Pesquisas de legislação estrangeira – em
algumas situações, o bibliotecário jurídico pode indicar ao usuário legislação
estrangeira sobre o assunto que ele pesquisa.
Pesquisas não-jurídicas – nem só
de pesquisa jurídica vive o bibliotecário jurídico, em muitas situações o
usuário necessita de outros tipos de informações para a conclusão dos seus
trabalhos. O bibliotecário jurídico necessita conhecer outras fontes de
pesquisas para suprir essas necessidades dos usuários.
Pesquisas legislativas – a
pesquisa por informação legislativa, que deve ser entendida como informações
geradas durante o processo legislativo, e, portanto, não pode ser confundida
com informação jurídica, muitas vezes é necessária. O usuário pode querer
conhecer o projeto de lei que deu origem à norma e/ou querer tomar conhecimento
da justificativa ou exposição de motivos do autor da proposição legislativa. O
bibliotecário jurídico deve ter conhecimentos para sobre o processo legislativo
e as fontes de informação legislativa para realizar com precisão a pesquisa
solicitada. Normalmente, essas fontes de informação não estão incluídas nos
currículos dos cursos de graduação. Mas, o bibliotecário jurídico deve procurar
se inteirar sobre a matéria. A Câmara dos Deputados disponibiliza em seu site, http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/processolegislativo,
uma ferramenta chamada Conheça o processo
legislativo, onde há um fluxograma simplificado do processo legislativo e
um vídeo sobre o assunto. Da mesma forma, disponibiliza um glossário em : http://www2.camara.gov.br/glossario.
Pesquisas orçamentárias – ter conhecimentos
básicos sobre a composição do orçamento da União e/ou dos entes federativos é
indispensável, pois em várias ocasiões, o bibliotecário jurídico é chamado para
fornecer dados do orçamento público. Da mesma forma que a informação
legislativa, a informação orçamentária não ensinada nos cursos de
Biblioteconomia, mas isso não deve impedir o bibliotecário jurídico de conhecer
a matéria. O Senado Federal, por intermédio da Consultoria de Orçamentos,
disponibiliza uma ferramenta muito útil e didática chamada Processo Orçamentário passo a passo, em http://www9.senado.gov.br/portal/page/portal/orcamento_senado/ProcessoOrcamentario,
que oferece informações básicas sobre o assunto.
O mais
importante é que o bibliotecário jurídico esteja atento às necessidades de
informação dos seus usuários e se mantenha alerta para localizar e fornecer, de
forma pró-ativa, todo e qualquer tipo de informação que possa embasar o trabalho
dos seus usuários. A participação em listas de discussão, a educação continuada
e a participação em eventos da área são formas de se manter atualizado sobre
novas fontes de informação para continuar atendendo os usuários de forma rápida
e eficaz.
Este texto foi elaborado por Edilenice Passos especialmente para publicação no Fontes
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Muito bom saber as atribuições do Bibliotecário jurídico, que não são poucas como vemos, bem como saber que existem ferramentas que possam auxiliá-lo, no que se refere à pesquisa orçamentária e legislativa, visto que não estas não estão inclusas nos currículos dos cursos de Biblioteconomia, como bem ressalta Edilenice Passos. Posso falar que estamos tendo grande oportunidade de conhecer mais sobre essa área de atuação do Bibliotecário, e Edilenice, como uma conhecedora do assunto está nos permitindo isso, através de sua boa vontade e disponibilidade, que desde já agradecemos.
ResponderExcluirA gestão do conhecimento jurídico exige do profissional bibliotecário aptidões biblioteconômicas e vasta experiência na área jurídica como relata a Edilenice Passos e é também a minha opinião.O estudo contínuo é essencial para adquirir competências que possibilitem criar, gerar, armazenar, distribuir e utilizar o conhecimento de forma a satisfazer as necessidades dos usuários, que desta área são muito exigentes, pois, sabem exatamente o que querem.
ResponderExcluirO texto é esclarecedor sobre as atribuições do bibliotecário jurídico, obrigada Edilenice por sua contribuição ao nosso blog.
As necessidades informacionais dos usuários são as mesmas em todos os lugares. O que me leva a crer que o bibliotecário também é o mesmo.
ResponderExcluirMa, as nossas competências são diferenciadas a cada nova realidade. O que faz de nós bibliotecários “mutantes”, seres competentes, mas muitas vezes silenciosos que escondem todo o seu potencial. O meu respeito à essa classe só faz crescer a cada dia.
Olá bom dia, estou procurando um curso de Bibliotecário Jurídico, alguém pode me indicar algum?? Pode ser curso on line.
ResponderExcluirObrigado